domingo, 27 de fevereiro de 2011

<<< Mixtapes Grito Rock Goiânia 2011 >>>


por Eduardo Carli, especial p/ a Fósforo Cultural

Isso é que é "esquenta"! Para aquecer os motores para a edição Goiânia do Grito Rock 2011, maior festival integrado da América Latina, reunimos 23 músicas de bandas que vão estremecer o Martim Cererê no fim-de-semana do Carnaval. O volume 01 traz a galera que sobe ao palco no sábado, dia 05/03. O volume 02 dá uma panorâmica do que vai rolar no domingão, dia 06/03. Você pode fazer o download das coletâneas na íntegra ou, se preferir, ouvir cada uma das músicas em streaming na web-rádio abaixo. Disseminem os links à vontade! E que estas gravações instiguem todos a comparecerem em peso para curtir todo esse povo tocando ao-vivaço!

Para mais info, fique antenado no site oficial da Fósforo Cultural, ponto Fora do Eixo em Goiânia e organizadora oficial do evento. Em breve, começamos a soltar news quentinhas sobre os preparativos para o Vaca Amarela, que vai comemorar seus 10 anos de vida no Centro Cultural Oscar Niemeyer em Setembro. Stay tuned!


MIXTAPE GRITO! GOIÂNIA 2011 - VOLUME 1
(bandas que tocam no sabadão)
[ DOWNLOAD - 53 MB ]

12 faixas // duração média das músicas: 3:32
tempo total da coleta: 42' 27''

01) Radiocarbono - Amor Couve-Flor (4:23)
02) Black Drawing Chalks - Simmer Down (3:01)
03) Black Queen - Overdriven (3:43)
04) Ultravespa - Deixe o meu Inferno e Volte para o Seu (3:14)
05) Space Monkeys - To Old (UnConvention Song) (3:43)
06) Chimpanzés de Gaveta - Os Canibais da Sala de Jantar (3:40)
07) Revoltz - Hey You (3:15)
08) Hellbenders - Hurricane (4:26)
09) Trivoltz - OK (4:24)
10) Riverbreeze - She Was Out of Control (3:25)
11) Vinil Laranja - JxH (2:31)
12) West Bullets - Sweet Home (2:42)

* * * * *

MIXTAPE GRITO! GOIÂNIA 2011 - VOLUME 2
(bandas que tocam no domingo)
[ DOWNLOAD - 43 MB ]

11 faixas // duração média das músicas: 3:12
tempo total da coleta: 35' 13''

01) Mugo - Dreaming Awake (3:33)
02) Uganga - Fronteiras da Tolerância (2:49)
03) Atomic Winter - Awful Truth (1:58)
04) Sangue Seco - Não Religião (1:54)
05) Galinha Preta - Nóis Tamu Morreno (1:26)
06) Deadly Curse - Illusion (4:26)
07) Antes do Fim - Anorexia (5:03)
08) Aurora Rules - Talvez o Único Refrão Sem Verso (5:39)
09) Coerência - Falando Sobre Sentidos (1:56)
10) Evening - Do Not Disturb (3:02)
11) Monster Bus - Hard to Learn (3:27)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

<<< Gramofocas e Bohemians: pré-festa do Grito Goiânia >>>


O Grito! Rock Goiânia 2011 aproxima-se, e para aquecer os motores em grande estilo a Fósforo convocou mais uma festa incendiária. Como relata Fernando Rosa, do portal Senhor F, “o trio Gramofocas surgiu da união de três amigos que gostavam de punk rock, na velha e clássica escola Ramones. A essa influência, agregaram um pouco de rockabilly, country, rock nacional na linha Cascavelletes, Magazine, Léo Jaime e João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, resultando no que se convencionou chamar de punkabilly. As letras, por sua vez, tratam do cotidiano juvenil, com forte presença de temas ligados as relações/confusões amorosas e bebidas alcoólicas, especialmente cerveja, muita cerveja.”

A banda brasiliense, que honra a verve satírica e sacana que marcou o rock brazuca com Little Quail & The Mad Birds, Raimundos e Móveis Coloniais de Acaju, será precedida pelo  The Bohemians, que já em seu nome de batismo anuncia o que esta noite trará: uma celebração ruidosa da boemia e da embriaguez.  E com uma trilha sonora para boêmio algum botar defeito.

O fervo acontece no Metrópolis, sabadão (26/02).

E a entrada morre R$10 para quem chegar até a meia-noite.

<<< videodrome #003 >>>

Lisa & Damien

O foco de hoje no nosso Videodrome, imitação barata dum programinha de clipes, são algumas das "transas vocais" que andaram nos encantando os tímpanos (e as retinas...) por aqui. A libidinosa arte do dueto de casal, que quando funciona transpõe para os palcos as químicas e melodias que rolam na cama, têm clássicos representantes na história do folk (Bob Dylan e Joan Baez...), do r&b (Marvin Gaye & Tammi Terrell...), do pop romântico (Gram Parsoms & Emmylou Harris...), dentre outros. Destes, deixamos só as dicas. Escolhemos para postar aqui no Depredas 3 duetos "indie" que são beleza pura: primeiro, Damien Race e Lisa Hannigan cantando a comovente "Volcano" em algum palco intimista do Glastonbury. Na sequência, os Decemberists unem-se à obscura mas talentosíssima Gillian Welch e mostram todo o poder do novo-folk, vivíssimo em 2011. Para encerrar, Corin Tucker, ex-vocalista do Sleater-Kinney, junta-se a Eddie Vedder e canta "Golden State". Tudo ao vivaço. Curtam ae!



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

<<< Free Culture >>>

<<< download do ebook [2 mb] >>>

Prefácio da versão Brasileira
Por Fábio Emilio Costa
Vivemos cada vez mais em uma era informacional, para utilizar a definição de Manoel Castells em sua magnífica obra A Sociedade em Rede, uma sociedade aonde todos os processos sócio-políticos-culturais envolvem uma gama cada vez maior e mais diversificada de informações. Entender essa sociedade e o fluxo de suas informações ainda é complexo, e mais complexa ainda é a compreensão de certas batalhas que estão surgindo nos bastidores.
O fechamento do Napster, a corrida de lobbys como a RIAA e a MPAA contra os ditos “piratas da Internet”, a tentativa de transformar a Rede em apenas “mais do mesmo”, uma versão sob nova roupagem do mesmo capitalismo selvagem de sempre, através do controle rígido de quem pode dizer o que sobre quais assuntos, estão mobilizando forças em uma batalha sem trégua.

O copyright é a grande força dessa batalha. De um lado, os grandes monopolistas da informação procuram utilizar-se da força do copyright para barrar a inovação tecnológica e a potencialidade na divulgação da bagagem cultural da humanidade promovidas pela Internet. Do outro, existem as pessoas que procuram potencializar essa transformação, cujo potencial transformador só pode ser comparado ao do período do Iluminismo.


Entender tal batalha é algo extremamente difícil, pois, em seu fundamento, ambos os lados possuem razões para temerem. De um lado, os artistas e criadores temem perderem sua fonte de renda. Do outro, o público teme perder os seus direitos: direito de escolha, de opinião, de crítica, de livre acesso à informação, de livre pensar. É difícil em meio a tantos argumentos, a grande maioria de certo modo válidos, conseguir realmente discernir a real batalha que está acontecendo: não a batalha franca, mas sim a batalha velada entre aqueles que possuem interesses na “mercantilização” da cultura e aqueles que desejam uma cultura cada vez mais ampla e criativa, forte e participativa.

Lawrence Lessig foi capaz de enxergar essa batalha.

“Cultura Livre” é um livro que trata exatamente disso, sobre essa batalha velada contra a monopolização final dos meios culturais. Lessig foi arrastado ao olho do furacão por vários motivos que ele citará durante o livro, e pode ver mais do que muitos puderam.

Lessig é um grande defensor do direito autoral e do copyright, e ele deixa isso claro no livro. Mas ao mesmo tempo ele procura analisar e relembrar uma coisa que está sendo cada vez mais esquecida: o copyright deveria ser um mecanismo de proteção do direito do autor e um mecanismo que impedisse o perpétuo monopólio cultural de alguns poucos indivíduos e/ou entidades, ao garantir que as obras culturais e criativas, após algum período, voltassem ao domínio público, retornando benefícios à sociedade.

Esse livro deve servir de guia para um entendimento profundo dos rumos que estamos tomando e de sinal de alerta: se nada for feito, poderemos oferecer a algumas pessoas e corporações o poder de decidirem sobre a nossa cultura como um todo. “Cultura Livre” deve ser lido por qualquer um que tenha interesse no impacto das novas tecnologias na cultura e sobre a resistência dos grupos atualmente favorecidos pelo direito autoral. Não importa se o leitor é advogado, sociólogo, tecnólogo, cientista da computação, ativista de movimentos culturais, ou apenas um cidadão comum tentando entender as mudanças que o século 21 está impondo à cultura: esse livro é claro e conciso, e funciona como um guia para o caminhar em uma nova e fervilhante batalha pela liberdade de expressão.

Bem, acho que já falei demais. Deixo-lhes com Lawrence e suas palavras sobre uma cultura que não pode morrer. Uma cultura livre.

<<< Zappa é punqui! >>>

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

<<< kiss my limbs >>>




Tentando se manter na vanguarda musical na era da cibercultura, o Radiohead novamente dispensa o CD-físico (será ele em 2030 um item de museu?) e parte para o comércio direto de música digital com seus fãs de todas as latitudes da aldeia global. A ousada iniciativa de acabar com o "intermediário" sórdido que comercializa o produto entre o artista e o público, que com In Rainbows foi uma novidade "radical", é repetida agora com King Of Limbs --- prova de que esta é uma alternativa economicamente viável e capaz de disseminações fantasticamente velozes do material mundo afora.

Pelo menos quando você é o Radiohead e têm gente de pelo menos umas 150 nacionalidades afim de pagar nove dólares pelo download do seu disco em MP3 (ou os U$48 que compram a versão de luxo: 2 vinis, 1 CD, luxuoso artwork...).  Claro que o "espalhamento" quase "viral" das MP3 "oficiais" em sórdidos blogs piratas metidos a Robin Hoods é previsto, e a própria banda deve estar perfeitamente consciente de que em poucos minutos após o lançamento já haverá uma cacetada de torrents, zips no rapidshare, usuários no soulseek, links no facebook e o caralho a quatro disponilizando de graça o que no site oficial da banda é liberado só com o pagamento do pedágio.

Cabe a você, que está agora embarcado neste barquinho pirata aqui, decidir: vai pagar as 9 doletas e dar uma forcinha financeira para uma banda já multimilionária, ou vai baixar o bichinho digrátis aqui no Depredando (ou em mil outros pontos virtuais...) que continua com lucro zero eterno

Dilema!


<<< 8 tracks - 192 kps - 51 MB - download >>>

<<< a flor de lótus: novo vídeo do radiohead >>>

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

<<< oasis reloaded >>>


O Oasis acabou, mas o ego de Liam Gallagher não des-inchou: "vou passar no Teste do Tempo, como os Beatles e os Stones!", garante o modesto megalômano numa das canções do debut do Beady Eye (que é o Oasis em sua formação mais recente, só que sem o Noel). Agora que as fraternais tretas dos irmãos Gallagher devem parar de frequentar os tablóides sensacionalistas da Inglaterra, resta saber se o Beady Eye vai aguentar o tranco de se manter na crista da onda, ao invés de ser submergido por dois outros lançamentos de muito peso que vem aí: os novos de Strokes e Radiohead.

De qualquer modo, a primeira ouvida que demos no Different Gear, Still Speeding (baixae!) deixou boa impressão: o Beady Eye não fez feio, apesar de não ter arriscado nada muito diferente do que o Oasis vinha fazendo nos últimos 10 anos, e mantem viva a polêmica persona de Liam Gallagher: seria ele um  gênio do pop, que faz jus à sua ambição beatlesca, ou só um presunçoso chatonildo, mestre da auto-promoção espetaculosa?...

<<< bolivarismo bônguico >>>


"Hoy son la mejor banda independiente de Brasil": é este o pitaco da Rolling Stone argentina sobre o Macaco Bong, e não somos nós que iremos discordar. Ao que parece, o power-trio de Cuiabá começou com merecido impacto a disseminar seu som e idéario América Latina afora: tocaram recentemente no Niceto, em Buenos Aires (que estava bombado), e num festival em Valparaíso, no Chile.

Nada mal para uma banda instrumental altamente experimental, doidona e groovy em doses equivalentes (ambas cavalares...), e que têm agilizado uns esquemas de deixar boquiaberto (e de bico calado) aqueles que duvidavam dos imensos potenciais de todos os projetos fora-do-eixo.

Se você ainda não baixou Artista Igual Pedreiro, não durma no ponto: restam poucas dúvidas de que a história há de entronar este álbum como um dos mais fundamentais pilares para o rock brasileiro dos últimos anos, um ponto-de-virada que ajudou a pôr em marcha algo de novo que só estamos começando a desvendar onde é que vai dar... Afinal, nós, os vivos hoje, somos apenas os primitivos de uma cultura nova que virá! (como tio McLuhan costumava ensinar...)

Em suma, fica a boa nova: massa demais este intercâmbio Mercosul rolando de modo cada vez mais intenso! Estreitemos cada vez mais os contatos com nossos hermanitos! Que mais bandas brazucas possam circular pelo continente, e que possamos receber muita arte latino-americana por aqui também! 


Acima: Macaco Bong no encerramento do Goiânia Noise 2010, lá no Câmpus da UFG, durante o show "Futurível" (que contou com a presença ilustre de Gilberto Gil), frente a um público que eu calculo chutando numas 20.000 pessoas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

<<< panis et circenses >>>


O bang-bang cibernético continua: o Web-Sheriff e seus asseclas não páram de meter bala nos índios piratas, e estes continuam com a caravana ainda que os cães ladrem. Metáforas espertinhas à parte, o fato é que boa parte dos álbuns recém-lançados que disponibilizamos aqui no blog foram dizimados pelas "ôtoridades" (que por sinal ainda acreditam no conto-de-fadas para ingênuos de que vão conseguir destruir a "anarquia" do MP3 e do comunitarismo digital e salvar a indústria fonográfica de sua agonia...). O jeito foi inventar uma Sierra Maestra onde manter vivos os disquitos que escaparam ao massacre: para isso criamos uma página específica ("2011"), acessível lá no menu de cima, onde ficará a coleção (expandida gradualmente) dos pães quentinhos que os hómi permitiram que sobrevivessem. Aproveitem correndo o que está nas prateleiras antes que eles voltem a depredar nossa padoca... :-(

Tão lá: Bright Eyes / Cowboy Junkies / Dears / Destroyer / Decemberists / Gang Of Four / Gregg Allman / PJ Harvey / Smith Westerns / Social Distortion / Sonic Youth / Twilight Singers.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

<<< A Tábua de Esmeralda, de Jorge Ben, por Luiz Tatit >>>

Luiz Tatit

...um tributo à assimetria. Acho que sem ela a canção brasileira não seria o que é. Ou seria pela metade. Teríamos as soluções métricas e harmônicas impecáveis de Tom Jobim e João Gilberto, repletas de defasagens e dissonâncias, mas não poderíamos saborear os miraculosos desencaixes silábicos e acentuais que nos põem de frente com a estética crua da nossa linguagem oral. Isso é com Jorge Ben, que, a pretexto de fazer canções para "animar a festa", tem demarcado um território único de criação para a nossa música pop.


A Tábua de Esmeralda, 1974, é talvez a expressão mais concentrada de seu mundo mitológico, povoado por heróis, profetas, semideuses e espaços siderais que não estão no gibi mas parecem dele ter saído. Como é bom ouvir a 2a parte de "Os Alquimistas Estão Chegando", aquela que poucos conseguem lembrar e reproduzir pela irregularidade da linha do canto, e poder dizer, junto com o autor, que "[os alquimistas] evitam qualquer relação com pessoas de temperamento sórdido, de temperamento sórdido". Sempre repito esse trecho e, em seguida, lastimo à maneira de Itamar Assumpção: "Por que que eu não pensei nisso antes?"

Todas as brincadeiras rítmicas ou melódicas de Jorge Ben geram temas que vão do singelo ao surpreendente. Do "homem da gravata florida" aos "planetas de possibilidades impossíveis". A partir de um motivo como "vou torcer...", o compositor cria o refrão "...pelas moças bonitas", ou seja, nada mais simples e esperado. Mas logo percebemos que isso é apenas uma "cama" inicial para acomodar as imagens menos prováveis que serão disparadas na sequência. "Vou torcer: pelas coisas úteis que se pode comprar com dez cruzeiros... pela agricultura celeste... pelo Santo Tomás de Aquino... pelo meu irmão... pelo gato Barbieri... pelo meu amigo que sofre do coração", e assim por diante. 

É desse disco ainda o clássico "Zumbi", em sua versão mais feliz, que, inexplicavelmente, nunca mais foi reproduzida pelo autor (Caetano Veloso, às vezes, reinterpreta essa versão). Trata-se de um dos seus melhores épicos --- os outros são "Charles, Anjo 45" e "Jorge da Capadócia" ----, que já inicia com uma engenhosa enumeração rítmica de regiões africanas de onde proveio boa parte dos nossos antepassados: "Angola Congo Benguela Monjolo Cabinda Mina Quiloa Rebolo". A melodia que sustenta as estrofes contém um desenho de lamento a cada final de verso. E que versos! "Aqui onde estão os homens / De um lado canas de açúcar / Do outro lado o cafezal / Ao centro os senhores sentados / Vendo a colheita do algodão branco / Sendo colhido por mãos negras / Eu quero ver / Quando Zumbi chegar..."

Sinto como se não pudesse viver sem essa música. E não há cenário melhor para curti-la que uma ilha deserta.


<<< d >>>

Texto originalmente publicado na série
"Ilha Deserta", da Folha de São Paulo, p. 124-125.
Ed. PubliFolha. 2003. Editor: Arthur Nestrovski.


p.s.: Em breve, Jorge Ben promete tocar ao vivo este disco na íntegra,
atendendo a intensas tuitagens e a campanhas blóguicas como a do Eu Ovo.

<<< Punkices para Simpsomaníacos >>>

Sheena Homer is a Punk Rocker.

(Uma camiseta à venda lá em La Boca, 
Buenos Fucking Aires.)



Aproveitando a deixa:
já viram esta abertura que o Banksy bolou?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

<<< Diva é a Mãe! >>>



Considero o Slow Motion Ballett, debut da Bluebell, um dos melhores álbuns brazucas da última década. Foi com alegria, pois, que fiquei sabendo (via Scream & Yell) do grato retorno de Bel Garcia. Ela está lançando seu segundo álbum, Eu Sou Do Tempo Em Que A Gente Se Telefonava (algumas canções já disponíveis no MySpace). E o clipe de "Chalala" já é o que basta para suspeitar que este será um dos discos brasileiros mais encantadores deste 2011.

É vero que a idéia vem de Bob Dylan em seu clássico clipe para "Subterranean Homesick Blues", vídeo em que Mr. Zimmermann oferece às câmeras estilhaços dos versos de sua letra surreal, ginsbergiana, quase incapaz de acompanhar com os cartazetes a velocidade frenética da declamação.

Pode-se perguntar: como é que se define o limite entre o plágio e a homenagem, a reciclagem frutífera e o pastiche? No caso deste novo clipe da Bluebell, achei que ela soube infundir vida e criatividade própria ao "happening" dylanístico e fez algo com sua cara. Com tiradinhas cômicas certeiras ("abaixo as áreas VIP" e "diva é a mãe!"), comentários botequístico-literários (é  preocupante continuar idolatrando Bukowski depois dos 30?) e provocações poético-confessionais ("aprecie o caos..."), Bel e sua equipe deram à luz um clipe-pérola, desses com um sabor cinematográfico, quase um curta-metragem daqueles que a gente não esquece mais...

Voltamos ao assunto quando eu puder ouvir o álbum inteiro. Enquanto isso, curtam ae a dobradinha Bluebell e Dylan.


Galera de Goiânia e arredores, fica a dica: neste Sábado, 12/02, a Radiocarbono lança lá no Metropolis seu disco de estréia, Enteado do Samba, numa festança em que tocam ainda o Chimpanzés de Gaveta e os DJs Pablo Kossa e Abdala (que assina o belo blog Tapetes Sírios). Ambas as bandas voltam a tocar no Grito! Rock Goiânia, no Martim Cererê, nos dias 05 e 06 de Março (mais info logo mais!).

Na sequência, confiram "Amor Couve-Flor", samba-rock primoroso e com um belo groove, que já começa com um memorável verso à la Fred 04 ("se minhas mulheres tivessem metade de minha loucura... hoje eu já estaria morto"). Quem quiser pode ouvir mais um som dos caras na Rádio Fósforo Cultural que está aí no menu do lado direito.

<<< a nova dos Strokes >>>